terça-feira, julho 21, 2009

Vendo bandido onde não tem

- Oi, como está você?
- Estou pensando, fazendo sucos de laranja (suco mesmo, não é refresco não), lembrando, sentindo falta, reclamando, voltando ao real. Escrevendo agora, pra ser mais exato.

__O que vocês estão prestes a ler, crianças, pode soar como: ah, é uma síndrome de pseudovelhice precoce. Mas desejo constar que não é isso. Talvez vocês se achem um pouco espertos pensando coisas recém modeladas, aquelas coisas: ah, quem já chega se defendendo tá revelando o crime. Desejo também constar que não se trata disso não. Vocês são chatos e me tornam chatos. Tô até escrevendo em 1ª pessoa.

Considerações à parte, irei ao que interessa. Cinco anos atrás eu era um jovem esperançoso e iludido. Ou melhor, iludido logo esperançoso (ou vice-versa).
Cinco anos atrás cometi o possível erro de começar com esse negócio de música, entrei pra uma banda com meus amigos e, junto deles, acreditava que o sucesso e a fama nos esperavam. Acreditava que ia dar certo simplesmente porque tínhamos um talento relativamente brilhante... e, como éramos amigos, a fórmula da vitória estava selada. Tão ingênuo da minha parte.
Anos atrás eu acreditava que ia ouvir Nirvana pra sempre, satisfeito. Acreditava em bobeiras como felicidade integral, realização, amor, indestrutibilidade; tudo parecia que ia dar certo tão facilmente...

Hoje estou com 20 anos (embora num geral minta idade reduzindo pra uns 18 ou 19), procurando cuidar da minha saúde, tocando "folk rock" na tentativa de fazer algo diferente do meu usual e tendo em mente que são escassas e críticas as chances de as coisas darem certo. Acredito em poucas coisas, em poucos ditados, em poucos discursos e talvez esse ceticismo tenha sido bom pra cortar parte (parte.) da ingenuidade. Todavia, a frieza do suposto real é um pouco cinza demais às vezes...
Senti falta daquele carnaval sem fim e sem pudor, da esperança num viver destemível e da irrelevância ao relevante.

No fim das contas, estou quase certo de que posso dizer que amadureci em parte e pude encarar muitas coisas de forma mais apropriada, idealizando apenas o que estou disposto a colocar em prática - e isto é bom na medida que observo como muita gente continua boiando na margarina derretida, "autistando" certamente por opção e botando lenha no seu forninho portátil de hipóteses e viagens improváveis. Eu continuo vendo bandido onde não tem, mas pelo menos me sinto livre desse exercício hipnótico e vicioso que não é prático.


E isso era tudo que eu queria deixar aqui por agora.

Agradeço bastante.

sexta-feira, junho 05, 2009

Here comes sickness

walking down my street.


Tudo o que eles não queriam ouvir foi dito em pleno dia, em plena sobrieade. Essa que era a parte mais increditável! Naquele momento, pareceu fácil carregar o mundo dos outros sem usar as mãos, visto que o seu era tão pesado quanto, porém, mais difícil de reerguer.
Levantou, deu três passos e traiu todos os seus princípios e sua vontade. Um poema não seria o suficiente daquela vez (mesmo com vários poetas por aí), então... algo deveria ser feito.
Primeiro, buscou uma forma bênção em três religiões diferentes. Talvez alguma forma de parar aquele formigamento nas mãos não bastasse, tampouco um meio de compensar as noites mal dormidas. Era impensável aquela metamorfose. Daí, aproveitou que o sinal continuava verde e foi-se embora enquanto ainda era tempo - sem saber, ao certo, pra onde ia fugir.



--- Aliás...
Ouça a banda The Bubble agora mesmo no Myspace! =D
http://www.myspace.com/thebubbleband

Se alguém curtir, segue a comunidade:
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=18630885


Keep on rockin'.

quarta-feira, maio 06, 2009

Talvez sim, talvez não.

- Opa, grande!
- Meu rei! Tudo bem?
- Tudo, e aí?
- Tudo bem...
- É isso aí.
- Isso.
- Fica com Deus! Aquele abraço!
- Abração, você também.

Adoro diálogos.
Pior é quando tua relação com as pessoas vai tomando essas proporções degenerativas e a voz tende a calar gradualmente... é um pouco triste. E crítico não é quando se permite que o rumo persista, mas quando se quer que assim seja. Afinal, nem tudo se precipita nas mesmas mãos, não é verdade?

"Essas pessoas na sala de jantar..."



Talvez sim, Talvez não

Ei, você que me mata sem saber
Que me olha aí de longe
Não quer crer

Você,
que eu preferia guardar a sete chaves
Aqui, assim, sem fim

Meu amor,
que deveria se transformar em raiva, mas vira tristeza
E eu me ponho a desdenhar

Ei, você que não me vê
E me deixa passar sem perceber



--- Um pouco de marketing não faz mal pra ninguém (pode clicar):

Pizza Rock!

Apareçam, apareçam!


E volte sempre, pra sempre

quarta-feira, abril 22, 2009

O Personagem

Hoje cheguei em casa sem vontade de reclamar, o que é raro. Talvez isso diga respeito à saciedade, mas não. Vejam bem: é uma noite fútil de 22 de abril e, como falei anteriormente, abril é um tão maravilhoso mês, não?


Eu, o personagem, estava bebendo café... precisava de mais açúcar, mas o caminho até a geladeira era longo. Me questionei sobre a administração de sacos de açúcar na geladeira e, depois, odiei as formigas. Cheguei a pensar "como pode? Como pode?" e, depois, "naturalmente, naturalmente". Desliguei a tv, fui deitar: o filme era muito ruim.

20 minutos antes...

Subindo as escadas, dobrando a manga da blusa e pescando um chaveiro no bolso, sentia-se abafado.
- Ah, não...
Mas ao alcançar a parte interna, uma surpresa. O som ambiente soava tão agradável daquela vez! Era diferente.
Pensou três vezes antes de dar mais passos, e não se arrependeu. Ou melhor, talvez tenha se arrependido, mas certamente valeu a pena, porque a incerteza era o suficiente pra ele ter certeza. E a certeza era tudo o que ele (o personagem, é claro) precisava pra se desesperar.
No periélio de tudo ele percebeu o quão estranho aquele convite era e, ziguezagueando, foi embora. Ligou a tv...

- Volte sempre, pra sempre.

sábado, abril 18, 2009

Desumor Negro

Engraçado, sou meio desumorado muitas vezes. Engraçado mesmo.

Penso que é comum que se leve à escória os ranzinzas, anti-sociais e autistas por opção... afinal, que coisa maravilhosa é a Fala! Viva a Comunicação! Com quanto mais pessoas pudermos falar, de preferência ao mesmo tempo, é melhor, é claro, é bom, é barato... uma delícia. Huuum...

Lastimável. A hoste dos 'enturmados' poderia (de vez enquando) olhar pro contexto da coisa, dando uma controlada nos impulsos de confraternização. Não que eu esteja reclamando, longe disso! Afinal, adoro instalar tendências descoladas.

Putz, mas a gente faz por conveniência!
"Convém tudo isso, e muito mais, e muito mais..." (Meireles, eu acho)


Insight

Ele queria andar... sentindo um ato desesperado, tomou um puxão e, no solavanco, perdeu o controle da situação, novamente
Ele até que não achava ruim... sentia que alguém estava dando o melhor de si. Logo, tinha de existir algo de bom ali
- Piedade! Tenhamos piedade!
Ele queria andar, de verdade. Todo aquele silêncio dosado por rangidos não proporcionava uma emoção tão grande (era o estepe). No fundo, sabia que era o lugar errado, o momento errado; ele era a pessoa errada, sabia. Então entendeu
Que ele não se preocupava com quanto tempo restava, mas sim com a forma que o tempo tomaria a partir daquele ponto. Pensou numa música... não cantou nada
Porque ele viu que alguém se aproximava, pedia licença...
- Não! Não! Nãããão...
Estava muito feliz.

terça-feira, abril 14, 2009

Todos os porquês

Abril é um bom mês pra se postar no blog.
Os outros são um pouco monótonos...


Tinha um rapaz conciso que queria fazer um monte de coisas, mas esteve ocupado demais brigando feio com o irmão enquanto a mãe (segurando-se da dor provocada por uma hérnia) tentava fazê-los parar. Na verdade, ele não gosta muito de uma época por conta do aniversário da avó e do pai - isso o faz pensar em algumas formas legais de mostrar que se importa. Porém, o máximo que consegue fazer é ligar e recitar algo como "parabéns, seja lá pelo que".

Falando nisso, imaginem alguém que costuma representar uma figura robusta (que deveria representar, pelo menos) chegar pra você chorando por não aceitar a problemática da realidade. As opções de reação não são muitas, o que se passa pela cabeça na hora é ou fazer a inversão de papéis e dizer "vai ficar tudo bem", ou ignorar ou sentar e chorar junto.
Agora deveria finalizar dizendo monotonamente: poxa, é complicado.
Mas digo mais: é psicológico. Rs.

Ahhh, psicólogas são gozadas.


Volte sempre, pra sempre.

sábado, setembro 27, 2008

O que soa bem pra ti

Sem mal pensar você resolveu mudar o mundo
só pra inquietar minha eternidade indesejada
Agora vê, minha família cresceu eu respirei fundo
pra contar até seis e deixar a tarde entender

Imediatamente me ponho aqui a ouvir frases prontas
que não me satisfazem mais
Não me tente, me condene
Como se fosse natural sangrar sob um gesto de misericórdia

Agora vê, sujeito esperto é você...
Eu vou lembrar que não se colocou a pensar
Eu levei a sério quando você, lastimoso, me abraçou
e disse "isso tudo tem de passar"