quarta-feira, abril 22, 2009

O Personagem

Hoje cheguei em casa sem vontade de reclamar, o que é raro. Talvez isso diga respeito à saciedade, mas não. Vejam bem: é uma noite fútil de 22 de abril e, como falei anteriormente, abril é um tão maravilhoso mês, não?


Eu, o personagem, estava bebendo café... precisava de mais açúcar, mas o caminho até a geladeira era longo. Me questionei sobre a administração de sacos de açúcar na geladeira e, depois, odiei as formigas. Cheguei a pensar "como pode? Como pode?" e, depois, "naturalmente, naturalmente". Desliguei a tv, fui deitar: o filme era muito ruim.

20 minutos antes...

Subindo as escadas, dobrando a manga da blusa e pescando um chaveiro no bolso, sentia-se abafado.
- Ah, não...
Mas ao alcançar a parte interna, uma surpresa. O som ambiente soava tão agradável daquela vez! Era diferente.
Pensou três vezes antes de dar mais passos, e não se arrependeu. Ou melhor, talvez tenha se arrependido, mas certamente valeu a pena, porque a incerteza era o suficiente pra ele ter certeza. E a certeza era tudo o que ele (o personagem, é claro) precisava pra se desesperar.
No periélio de tudo ele percebeu o quão estranho aquele convite era e, ziguezagueando, foi embora. Ligou a tv...

- Volte sempre, pra sempre.

sábado, abril 18, 2009

Desumor Negro

Engraçado, sou meio desumorado muitas vezes. Engraçado mesmo.

Penso que é comum que se leve à escória os ranzinzas, anti-sociais e autistas por opção... afinal, que coisa maravilhosa é a Fala! Viva a Comunicação! Com quanto mais pessoas pudermos falar, de preferência ao mesmo tempo, é melhor, é claro, é bom, é barato... uma delícia. Huuum...

Lastimável. A hoste dos 'enturmados' poderia (de vez enquando) olhar pro contexto da coisa, dando uma controlada nos impulsos de confraternização. Não que eu esteja reclamando, longe disso! Afinal, adoro instalar tendências descoladas.

Putz, mas a gente faz por conveniência!
"Convém tudo isso, e muito mais, e muito mais..." (Meireles, eu acho)


Insight

Ele queria andar... sentindo um ato desesperado, tomou um puxão e, no solavanco, perdeu o controle da situação, novamente
Ele até que não achava ruim... sentia que alguém estava dando o melhor de si. Logo, tinha de existir algo de bom ali
- Piedade! Tenhamos piedade!
Ele queria andar, de verdade. Todo aquele silêncio dosado por rangidos não proporcionava uma emoção tão grande (era o estepe). No fundo, sabia que era o lugar errado, o momento errado; ele era a pessoa errada, sabia. Então entendeu
Que ele não se preocupava com quanto tempo restava, mas sim com a forma que o tempo tomaria a partir daquele ponto. Pensou numa música... não cantou nada
Porque ele viu que alguém se aproximava, pedia licença...
- Não! Não! Nãããão...
Estava muito feliz.

terça-feira, abril 14, 2009

Todos os porquês

Abril é um bom mês pra se postar no blog.
Os outros são um pouco monótonos...


Tinha um rapaz conciso que queria fazer um monte de coisas, mas esteve ocupado demais brigando feio com o irmão enquanto a mãe (segurando-se da dor provocada por uma hérnia) tentava fazê-los parar. Na verdade, ele não gosta muito de uma época por conta do aniversário da avó e do pai - isso o faz pensar em algumas formas legais de mostrar que se importa. Porém, o máximo que consegue fazer é ligar e recitar algo como "parabéns, seja lá pelo que".

Falando nisso, imaginem alguém que costuma representar uma figura robusta (que deveria representar, pelo menos) chegar pra você chorando por não aceitar a problemática da realidade. As opções de reação não são muitas, o que se passa pela cabeça na hora é ou fazer a inversão de papéis e dizer "vai ficar tudo bem", ou ignorar ou sentar e chorar junto.
Agora deveria finalizar dizendo monotonamente: poxa, é complicado.
Mas digo mais: é psicológico. Rs.

Ahhh, psicólogas são gozadas.


Volte sempre, pra sempre.