quarta-feira, abril 22, 2009

O Personagem

Hoje cheguei em casa sem vontade de reclamar, o que é raro. Talvez isso diga respeito à saciedade, mas não. Vejam bem: é uma noite fútil de 22 de abril e, como falei anteriormente, abril é um tão maravilhoso mês, não?


Eu, o personagem, estava bebendo café... precisava de mais açúcar, mas o caminho até a geladeira era longo. Me questionei sobre a administração de sacos de açúcar na geladeira e, depois, odiei as formigas. Cheguei a pensar "como pode? Como pode?" e, depois, "naturalmente, naturalmente". Desliguei a tv, fui deitar: o filme era muito ruim.

20 minutos antes...

Subindo as escadas, dobrando a manga da blusa e pescando um chaveiro no bolso, sentia-se abafado.
- Ah, não...
Mas ao alcançar a parte interna, uma surpresa. O som ambiente soava tão agradável daquela vez! Era diferente.
Pensou três vezes antes de dar mais passos, e não se arrependeu. Ou melhor, talvez tenha se arrependido, mas certamente valeu a pena, porque a incerteza era o suficiente pra ele ter certeza. E a certeza era tudo o que ele (o personagem, é claro) precisava pra se desesperar.
No periélio de tudo ele percebeu o quão estranho aquele convite era e, ziguezagueando, foi embora. Ligou a tv...

- Volte sempre, pra sempre.

3 comentários:

Nanda disse...

Tão agradável?
Espero que continue assim, então (:
:*

Tadeu disse...

ai ele percebeu que nao havia ninguem além dele em casa, ficou pelado e ligou o ar-condicionado (com hífen ou sem hífen).

Mario. disse...

com hífen