domingo, agosto 17, 2008

Domingos casuais

É, às vezes o casual se associa com o monótono... sabe? Aí nós reclamamos daquele tédio esfomeado que engole nossas cabeças até as artérias espirrarem singelamente. Que lindo.
Estive conversando com uma antiga amiga e percebemos que somos anciãos. Aquele molde: pega um copo, senta pela roda, toca um violão, pede um blues... daí você canta uma nota fora e lança seu limitado ar pelos furos da harmónica... levanta, vai no banheiro, volta e senta nova e imediatamente no seu confortável assento de bar. Ouve mais um pouco, observa a rebeldia da juventude... o seu gás foi embora com o gás do Laranja Convenção que ficou aberto a noite toda. E vai mais papo de velho...
Por meio de todos os desvios dessas margens mal desenhadas, vemos também por aí que as pessoas não conseguem decidir entre o "sim" e o "não".

Conclusão: lê um soneto passado que todo mundo fica feliz.




Solitário Proscrito


Há dias que se espera por alguém que vem de longe
Há dias que se espera por aquela voz tão doce
De dois em dois, hora em hora então se desfaz
Contando a fio sem mover um fio que se moveu horas atrás

Mas ele só quer que você transborde também
Em passos largos, sem um pé no chão
Mas ele só quer que você transborde também
Sem mim...

Agora vire-se sem medo de ficar sozinha
Naquele lugar minguado que nunca viu
Ou então tema... aquela voz que te condena

Quando penso, sinto que não estás tão só assim
Você não vê, você não crê
Admito... solitário proscrito.

3 comentários:

Mario. disse...

E o pior de tudo é que acarreto.

Unknown disse...

adoro esse programa de velho.

Bia Medawar disse...

anciãos são bruxos. MAS EU NÃO TENHO MEDO