Certo feriado de sexta-feira frio e seco. Um carrinho de pipoca fechado, 17h55min, um pedaço de papel voando sob uma ponte e caindo, em seguida, no mar. A mulher parada sentindo o vento gelado cortar sua pele; o homem chegando no momento que o relógio da igreja batia e os pássaros levantavam vôo assustados.
- Você... - surpreendeu-se ele.
- Hum?
- Eu te amo.
- Tu... o quê?
- Te amo.
- Mas você não me conhece.
- Não posso te amar, então?
- C-como...
- Viu, você me ama também.
- Como sabes?
- Se não me amasse, você não teria parado pra pensar.
- Faz sentido.
- Então, vamos?
- Pra onde?
- Casar.
- Casar?
- Casar.
- Onde?
- Pode ser naquela igreja, se assim preferir, mas não tenho religião.
- Também não tenho.
- Que bom, assim combinamos mais.
- Verdade. Então, teremos filhos? Sempre quis ser mãe, mas nunca tinha amado ninguém antes...
- Não.
- Não?! Por que?
- Porque não amo você.
- Mas você disse até agora, você me convenceu a mudar de idéia!
- É, sim, fiz isso.
- Por que você fez isso!?
- Porque gosto que todos me amem.
- Vamos pelo menos conversar!
- Adeus.
Dessa forma, ele partiu e só se pôde ouvir o desespero do pranto da mulher.
Um comentário:
Eu deveria ter escrito isso.
Assinado: Isa, fã do Tuba.
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